Relatório da OMS sobre a situação da atividade física mundial
- Fábio Lé
- 14 de out. de 2023
- 3 min de leitura

Sabia que, até 2030, cerca de 500 milhões de pessoas desenvolverão alguns tipos de doenças devido à inatividade física?
Para combater o problema da inatividade física, a Organização Mundial de Saúde (OMS) lançou o Plano de Ação Global para a Atividade Física 2018-2030.
Quatro anos após da elaboração deste Plano, a OMS lançou em outubro 2022 o primeiro relatório sobre a situação mundial da atividade física, com o objetivo de verificar o envolvimento dos governos para aumentar a sua prática.
O documento traz dados de 194 países e alerta que, entre 2020 e 2030, cerca de 500 milhões de pessoas desenvolverão doenças cardíacas, obesidade, diabetes ou outras doenças não transmissíveis devido à inatividade física. A OMS destaca que, se os governos não tomarem medidas urgentes para incentivar a população a fazer mais exercícios, esse custo será de 27 bilhões US$.
A inatividade física está associada a uma série de doenças crónicas e mortes prematuras que afetam não apenas os indivíduos ao longo de suas vidas, mas também representam um ónus financeiro para os serviços de saúde e para a sociedade como um todo. Apenas 30% dos países têm estratégias de atividade física implementados para todas as faixas etárias.
Apoiar as pessoas a serem mais ativas por meio de caminhadas, ciclismo, e outras atividades físicas, traz enormes benefícios não apenas para a saúde física e mental dos indivíduos e de todas as idades, mas também para as sociedades, para o ambiente e economia.
No entanto, hoje, mais de 80% dos adolescentes e 27% dos adultos não atingem os níveis de atividade física recomendados pela OMS.
De acordo com o relatório, o progresso tem sido lento. Os governos precisam acelerar o desenvolvimento e a implementação de políticas para aumentar os níveis de atividade física e, assim, prevenir doenças e reduzir a carga sobre os sistemas de saúde já sobrecarregados.
O que fazer para resolver a situação atual?
Para ajudar os países a aumentar a atividade física, o plano de ação global da OMS sobre atividade física 2018-2030 estabelece 20 recomendações de políticas. As medidas incluem criar estradas mais seguras para incentivar o transporte mais ativo, fornecer mais programas e oportunidades em ambientes como creches, escolas, cuidados primários de saúde e local de trabalho.
O relatório avalia o progresso relativamente a essas recomendações e mostra que muito mais precisa ser feito.
O relatório apela também aos profissionais de saúde: um dos papéis e responsabilidades centrais dos prestadores de cuidados de saúde primários é apoiar todos utentes na prática de uma vida saudável. Como fontes confiáveis de informação e de aconselhamento em saúde, os profissionais de saúde, mas também assistentes sociais, estão na posição adequada e ideal para proporcionar intervenções efetivas na atividade física para a prevenção e tratamento de doenças crónicas e saúde mental.
A promoção da atividade física como parte do cuidado rotineiro do utente/doente é particularmente importante para alcançar as pessoas menos ativas e aquelas que vivem com (ou em risco de) doenças crónicas.
Para Portugal, o tema a atividade física e a necessidade da sua promoção é particularmente importante, como os resultados do Eurobarómetro 2022 relativamente aos índices de atividade física e desporto dos portugueses demonstram. Segundos os dados publicados, 73% dos portugueses dizem nunca se exercitar ou praticar desporto, 5% dizem fazê-lo apenas “raramente”, 4% os que dizem fazer “regularmente” e “com alguma regularidade” é a resposta de 18% dos portugueses inquiridos.
Para recordar, recomenda-se que os adultos acumulem, pelo menos, 150 minutos por semana de atividade física de intensidade moderada, ou 75 minutos de atividades vigorosas (ou uma combinação equivalente).
fonte: Global status report on physical activity, 2022, OMS
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